RIVUS
A água mede o tempo em reflexos vítreos. Mudez
de clepsidras, no sobrecéu ascendem
(como anjos suspensos numa casa barroca),
e em presença de ausências o tempo
se distende. Uns seios de perfil, sono embalando
a rede, campânula encurvada pelas águas da chuva.
No horizonte invisível, dobras de anamorfoses;
sombras que se insinuam, a matéria mental.
SCHISMA
Cobre se refletindo a ouro-fio nos olhos:
sem pano nem cordame, os móbiles oscilam, barcos
sem rumo, a esmo (desertos), rio adentro
(no leito cambiante), sem remo ou vela
ao vento. Vogam no entremeio, rio afora,
no linde (os sonhos) – superfície.
(Poemas de Josely Vianna Baptista, do livro Sol sem nuvens,
impresso pela editora Perspectiva, na coleção Signos.)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário