
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
SONETO DA SEPARAÇÃO
AMOR
Qualquer objeto em forma de sino eu amaria, algas cinzas e a palavra marulho eu odiaria. Qualquer pedaço de pano rasgado ou muito usado eu amaria, poleiro de aves sendo sonhado por uma freira eu odiaria. Qualquer cão cujas patas são luniformes eu amaria, ideogramas diacríticos e sinais de pontuação visualmente fixados por símbolos eu odiaria. Qualquer árvore alta com joviais anões tafuis eu amaria, a cabeça de meu pai decapitada na proa da embarcação eu odiaria porque a cabeça de um homem é sagrada, a cabeça de um homem não devia morrer ou, no mínimo, devia ser guardada num cesto com asas.
Pier Angeli estreou no cinema aos 16 anos, em 1948. Revelou-se no filme Amanhã Será Tarde Demais (1950), ao lado de Vittorio de Sica, ainda na Itália. No ano seguinte, ganhou Hollywood com o filme Teresa.
Tinha uma irmã gêmea, a também atriz Marisa Pavan. Submetendo-se à vontade da mãe, casou-se com o cantor de origem italiana Vic Damone. Divorciada de Vic, em 1962 casou-se com o diretor musical Armando Trovajoli.
Foram casamentos conturbados, pois o grande amor de sua vida, na verdade, foi o rebelde James Dean, e só não se casaram porque a mãe dela impediu: James Dean não era católico.
Dezesseis anos depois da morte de James, Pier Angeli foi encontrada morta em sua casa aos 39 anos.