
segunda-feira, 22 de junho de 2009
você é dente de sabre
eu não, eu sou abre-te sésamo
o meu pecado mora ao lado
o meu pecado é passar a língua
ali onde plantas e peixes
sabem mais que santos
ali chupo pequena uva mas parece
uma
chuva
este poema é pra ser
um peixe de escamas de prata
estirado na cama vazia
um peixe sou na cama fria
se não vens
nessa noite chuvosa
sou
um
peixe
que
apodrece
com
uma pérola entre os dentes
à tua bola de cristal
à tua pele pedi
que respingasse
na pele que lavo
absorto
para sempre absorto
nos mil dias de orvalho
que guardas entre as coxas
a intervalos
como se nascido do vento
o velho moinho
remói o vazio
ponho os pés ali
não no vazio
mas no tapete persa do vento
e
se flutuo
no vento persa
do tapete
não morro
antes evaporo
pra chover depois
em secas folhas de árvores
enquanto chovo
Shiva desperta
e repete pra que eu ouça:
toda palavra é um veneno
e o poema
antídoto
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