
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Uns há que florescem no fundo
sem jamais vir à tona.
A visão amorosa transforma
a energia congelada,
exatamente como um
raio de sol derrete o gelo em água.
Toda palavra é uma pedra encantada
que desperta o vulcão vital
e a pétala sutil.
E para acordar da longa noite de pedra
só temos, talvez, o silêncio.
Manter o espírito
dentro de uma dimensão impensável.
E saber que o vento da infância
ainda
se
imensa
acima das cercas do quintal.
sem jamais vir à tona.
A visão amorosa transforma
a energia congelada,
exatamente como um
raio de sol derrete o gelo em água.
Toda palavra é uma pedra encantada
que desperta o vulcão vital
e a pétala sutil.
E para acordar da longa noite de pedra
só temos, talvez, o silêncio.
Manter o espírito
dentro de uma dimensão impensável.
E saber que o vento da infância
ainda
se
imensa
acima das cercas do quintal.

A editora Letradágua está lançando Casa de água, uma edição comemorativa dos 25 anos de produção poética do escritor catarinense Fernando José Karl, autor desse blog Nautikkon. Nessa antologia, além dos 200 poemas escritos, também foram incluídos 30 desenhos de sua autoria.
Eis os títulos que compõem o Casa de água:
1. Tema para romance
2. No verão amadurecem os chapéus
3. Desenhos mínimos de rios
4. Diário estrangeiro
5. Travesseiro de pedra
6. Brisa em Bizâncio
7. Se eu mesmo fosse o inverno sombrio.
Ô ressurreição, dê água a meus ossos, me livre da ignorância de achar que eu sei tudo. Sou bossa de corisco, silêncio de quintal, diamante e sim ao paraíso. Ô ressurreição, dê arejos às trevas, me livre da falta de doçura, do vício de não escutar as roseiras trêmulas na varanda. Tudo volta ao silêncio. Nunca estive no inferno. Nunca me chamaram de Beechmann. Ô ressurreição, que o que agora vislumbro não se perca, não se perca. E que alguma coisa disso tudo seja meu: o sorriso angelical de minha filha e de meu filho, a xícara branca, as lágrimas das chuvas, os passos no desconhecido, as delícias, os coqueiros, os vasos cilíndricos de barro, e mais tudo o que, por distraído, esqueci.
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