quinta-feira, 15 de outubro de 2009

W. Eugene Smith, 1946

Não é que cada visão precisa se transformar numa concha que o Algo irá fundir em puro amor dentro de nós: não se trata disso: o que acontece é que o Algo é tão precioso e profundo que até um objeto tão pequeno quanto uma concha pode servir ao Algo para transformar uma simples concha em amor dentro de nós.

O Algo também faz isso com as palavras, que são tão pequenas, e, mesmo sendo assim pequenas que nem uma concha, por exemplo, as palavras podem dizer céu e mar: duas palavras, mínimas, mas que se referem a um significado pra lá de imenso.

O Algo (que está em todo lugar e em lugar nenhum) é o Ser perfeito que ninguém faz, e o Algo só sabe ver poeticamente o mundo: o Algo só sabe ver que, quando despertamos para o fato de que tudo é beleza, também despertamos para o amor puro dentro nós.

O Algo é aquele Ser que se faz sozinho e que, ao encontrar uma barata, a transforma em estrela: é aquele Ser que ninguém faz e que, ao encontrar um assassino, o transforma em água pura da fonte: o Algo vê beleza em tudo, porque ele é a grande potência transformadora.