sexta-feira, 20 de junho de 2008


Se eu, Fernando José Karl, fosse mulher, eu seria assim.
Não há verdade senão a do desejo.

O inconsciente deriva do que é puramente lógico, ou em outros termos, do significante.

Nos curamos ao ouvir, no significante, pulsão de vida.

Segundo Saussurre, "o significante é uma realidade psíquica construída por uma imagem acústica".

Exemplo 1: xícara.
Exemplo 2: búfalo.
Exemplo 3: faca.

Palavras tais como: amor, pensamento, alma, alegria, paz não podem ser significantes, posto que não formam imagem acústica.

O significante não é a palavra que se pronuncia ao enunciá-la. Não adianta, portanto, recitar xícara, búfalo, faca.

O significante não é o som da palavra, mas uma imagem acústica que não precisa da voz.

O significante habita o silêncio.

Xícara forma a imagem da xícara e tem um som peculiar
ou acústico: x-í-c-a-r-a.

Búfalo forma a imagem do búfalo e tem um som peculiar
ou acústico: b-ú-f-a-l-o.

Faca forma a imagem da faca e tem um som peculiar
ou acústico: f-a-c-a.

O significante habita o silêncio.

O significante é o inconsciente (ou Deus ou amor ou o fluido integrativo ou o sim) em ação.

No inconsciente só há sim. Não há não no inconsciente.

O inconsciente é sim primordial, fluido integrativo, afirmação: nele não há não.

A não ser que eu deva dizer não ao cansaço, à preguiça, à mentira.

Para finalizar: a via régia, real, para o inconsciente é, para usar uma expressão de Augusto de Campos, uma “linguaviagem”, sempre em direção a outro tempo e a outro lugar, uma micro-língua em vero exercício que não se confunde com as línguas genéricas, coletivas ou convencionais, as quais alimenta e vivifica; ainda que se pareça à língua comum, comunicativa, transgride seus usos, evita suas sintaxes, afeta sua morfologia e redistribui seus valores semânticos.


Este artigo faz parte de um livro que o dono deste blog Nautikkon --- Fernando José Karl --- está escrevendo sobre "A essência da linguagem". O título do livro é "O arqueiro quântico".
3 fótografos alemães

Florian Beckers


Florian Beckers


Florian Beckers


Gudrum Kemsa


Gudrum Kemsa


Gudrum Kemsa


Kris Scholz


Kris Scholz


Kris Scholz



René Clair (1898-1981)



Cena de Paris qui dort (1925), de René Clair.
Breve sinopse de Paris qui dort, (Paris que dorme).

Um cientista paralisa toda Paris com um raio. Só o guardião da Torre Eiffel e um grupo de amigos se salvam na capital francesa.
Ver Paris qui dort (1925),
a obra-prima de René Clair.

http://www.youtube.com/watch?v=vQ7zhbFFjYo
René Clair

Ator e diretor do cinema francês.

Em 1962 ele se tornou o primeiro cineasta a ser eleito membro da Academia Francesa de Letras.

Trabalhou na Primeira Guerra Mundial como escritor de contos e crônicas para os combatentes e estreou no cinema em 1924 com a película Entr'acte. Ele dizia que tinha entrado para o cinema por acaso, mas acabou realizando uma carreira de diretor que durou 42 anos e lhe rendeu muitos prêmios e homenagens.

Seus principais filmes têm como tema central a luta pela libertação e o desprezo pelo dinheiro e pelo poder.

Entre seus filmes deve ser citado Paris qui dort, sua obra-prima filmada em 1925.

Mulher hindu fazendo o gesto Namastê.
Namastê
(Fusão das palavras sânscritas Namaha e te)

Pode ser traduzido assim:


Me rendo e celebro a presença divina em teu coração
ou
o Deus que há em mim saúda o Deus que há em você.


Utiliza-se na Índia e no Nepal por Hindus, Sikhs, Jainistas e Budistas. Nas culturas indianas e nepalesas, a palavra é dita no início de uma comunicação verbal ou escrita.

Contudo, o gesto feito com as mãos dobradas é feito sem ser acompanhado de palavras quando se despede. No yôga, namastê é algo que se dirá ao instrutor e que, nessa situação, significa “sou o seu humilde criado”. Literalmente significa “curvo-me perante ti”.

A palavra provém do sânscrito (namas): "curvar-se, saudação reverencial", e (te): “para ti”.

Quando dito a outra pessoa, é normalmente acompanhada de uma ligeira vênia feita com as duas mãos pressionadas juntas, as palmas tocando-se e os dedos apontando para cima, no centro do peito. O gesto também pode ser realizado em silêncio, contendo o mesmo significado.

Alfabeto sânscrito
Ver Termos tântricos, Glossário sânscrito
e Alfabeto sânscrito

http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://usuarios.lycos.es/olghafdez/Budas/sanscrito1.jpg&imgrefurl=http://usuarios.lycos.es/olghafdez/glosario.htm&h=245&w=300&sz=22&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=nZ93IxpC5J4VYM:&tbnh=95&tbnw=116&prev=/images%3Fq%3Ds%25C3%25A2nscrito%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN


Aqui você vai encontrar a origem de muitas palavras que já escutou, mas não sabia de onde vinham.
Introdução ao sânscrito

Por Loka Saksi dasa


As origens do sânscrito

A palavra Nada significa som e indica a primeira vibração na Energia Espiritual, quando ela se expressa na criação do mundo material. A forma abreviada de Nada é chamada de bindhu (gota). Nada, a vibração sutil do som transcendental, apareceu primeiramente no éter do coração do demiurgo Brahma. Dessa vibração sutil transcendental surgiu omkara, composto de três fonemas que representam a Verdade Absoluta em todas as três fases – a Personalidade de Deus, a Alma Suprema e o Ser Absoluto. Dele o Senhor criou todos os sons do alfabeto – vogais, consoantes, semivogais, sibilantes e outros – distintos por características tais como a medida longa e a breve. Por isso afirma-se que o alfabeto sânscrito, em sua ordem, surgiu do Senhor Narayana, quando Ele primeiramente manifestou o conhecimento védico no coração de Brahma.

A palavra sânscrito (samskrta) significa refinado e é a formada pela raiz verbal kr "fazer" mais o prefixo sam "junto, perfeito". O sânscrito vincula-se a parte padronizada da língua original da humanidade que caracterizou a civilização ariana, chamada de devabhasa "a linguagem dos deuses". Outra parte é o prácrito (prakrti) de onde surgiram todas as línguas vernáculas e dialetos conhecidos. O sânscrito e o prácrito têm coexistido lado a lado desde os tempos védicos primordiais.

É um fato histórico e linguisticamente aceito que o sânscrito está ligado a origem das línguas da Europa, com a exceção do finlandês, estoniano, húngaro, turco e basco. Esse relacionamento pode ser visto com semelhanças óbvias como: pitr – pater (latim) "pai" ; matr – mater (lat) "mãe" ; bhratr – brother (ing) "irmão" ; grdha – greed (ing) "cobiça" . . .

Se aceitarmos a versão dos historiadores, sabemos que pelo menos há 4.500 anos já existia uma civilização bastante desenvolvida na região que abrange o vale do rio Indus e do antigo rio Sarasvati, que corria onde é agora o deserto do Rajastão. Acredita-se que eram os dravidianos. Apesar da teoria dos ocidentais, de que este povo foi invadido por nômades, arianos pertencentes às tribos indo-européias por volta de 1.550 A. C., nós sabemos, segundo versões das próprias tradições védica (ariana) e tântrica (dravidiana), que isso não aconteceu. Esses dois povos e suas civilizações sempre coexistiram. A invasão e dominação ariana na Índia é apenas uma teoria.

Historicamente falando a mais antiga evidência que se possui da civilização ariana é os Vedas. A partir do Rig Veda a língua se desenvolveu até o sânscrito clássico, conhecido e usado até hoje sem alterações. Para manter a pureza dos Vedas surgiram as ciências da gramática (vyakarana) e da fonética. O livro mais antigo sobre linguística é o Nirukta, de Yaksa Muni (o primeiro sábio a esmiuçá-la), e que trata de filologia e etimologia. Foi somente com a descoberta do sânscrito que a ciência fonética se desenvolveu na Europa (século 18).

Foi devido a gramáticos como Panini (séculos 4 e 5) que o sânscrito se fixou em sua forma clássica e, a partir de então, a língua, dentro dessa estrutura, só se desenvolveu em seu vocabulário. Panini escreveu um tratado da língua sânscrita, chamado Astadhyayi, com oito capítulos e cada um deles dividido em 4 partes, totalmente organizado em sutras (aforismos mnemônicos, breves e sem comentários). Muitos outros gramáticos apareceram e escreveram comentários sobre a obra de Panini, inclusive Patanjali, o autor dos Yoga-sutras. Mas de relevante importância para a tradição vaishnava foi a gramática de Sri Caitanya Mahaprabhu, escrita por Srila Jiva Goswami, que descreve os fonemas e as regras gramaticais do sânscrito como sendo nomes do Senhor Vishnu.


O valor do sânscrito

Compara-se o sânscrito com a matemática, pois nele os princípios da harmonia sonora operam precisa e consistentemente; indo dos sons básicos até a multitude de palavras em suas quase infinitas variações. O sânscrito não se compara com nenhuma linguagem conhecida. A forma como as palavras brotam das sementes é remarcável. A raiz verbal é sempre uma única sílaba que contém os sons ou fonemas básicos, a, i, u e r. Quando da raiz verbal surge uma palavra, o fonema sofre guna, que é um princípio de transformação qualitativa, para mantê-la ressonando perfeitamente. Portanto, da raiz verbal cit, "perceber", temos as formas retumbantes de cetami, "eu percebo", e cetanam, "estar consciente". Budh, "conhecer", torna-se bodhami "eu conheço", ou bodhanam, "conhecimento". Isso age com uma precisão matemática por toda a língua dando-lhe poder extraordinário e facilitando o seu aprendizado.

A perfeição linguística do sânscrito não é a única explicação por ele ter subsistido por mais de cinco milênios. Mera exatidão e precisão não bastariam para isso, pois a matemática, que é uma linguagem precisa e utilizada uniformemente pela ciência, excita o cérebro mas não o coração. No entanto, o sânscrito, assim como a música, tem o poder de tocar o coração.

O sânscrito oferece a todos acesso direto a um plano superior, onde tanto a matemática como a música, o cérebro como o coração, a razão como a intuição, a ciência e a religião – tornam-se unos. Gerando clareza e inspiração, a linguagem do sânscrito é o responsável direto pela iluminação da expressão criativa de uma forma jamais vista no mundo.

O sânscrito é a linguagem dos mantras – palavras que tem o poder de remover os condicionamentos da mente, por estarem em sintonia sutil e direta com a harmonia invisível e arquetípica da criação.

Cole Thomas, 1828



O Jardim das Delícias
Hoje me veio a seguinte pergunta: o que há de mais secreto em mim? E algo respondeu: a voz inaudível --- a voz do silêncio --- vox silentium --- ali onde me desprendo das inclinações materiais. E se esta vox fala, quem escuta, se tímpano não há para escutar o silêncio dela? Então concluo que este lugar é o meu paraíso (Do sânscrito paridaeza e que significa "lugar protegido pela música") aqui e agora --- o tempo todo --- pra quando esta vox inaudível queira ou deseje, com amor --- sem esquecer a razão (ratio) ---, comunicar o escutado nesta região que também posso chamar de Sagrada.