
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
O PRÍNCIPE RESSUSCITA O GRÃO DE CHUVA
Eu te tratei como príncipe, meu Deus,
mas foste mau com a espécie.
Dizimaste inumeráveis chuvas
que estavam suspensas aos quatro ventos.
Entre os teu longos dedos brancos,
a negra ardósia de nosso túmulo.
Como não te comoveste com tantas
ondas tenras de constelações sumindo?
Se em teu coração celeste houvesse
apenas a sede de alcançar a estrela,
se evaporaria do jardim a morte.
Entre barqueiros acordaríamos leves
--- e príncipe que és, com olhos de céu ---
ressuscitarias cada grão de chuva dizimada.
Eu te tratei como príncipe, meu Deus,
mas foste mau com a espécie.
Dizimaste inumeráveis chuvas
que estavam suspensas aos quatro ventos.
Entre os teu longos dedos brancos,
a negra ardósia de nosso túmulo.
Como não te comoveste com tantas
ondas tenras de constelações sumindo?
Se em teu coração celeste houvesse
apenas a sede de alcançar a estrela,
se evaporaria do jardim a morte.
Entre barqueiros acordaríamos leves
--- e príncipe que és, com olhos de céu ---
ressuscitarias cada grão de chuva dizimada.
SONETO DA RENDIÇÃO ARCANJA
Eu e a Arcanja rolamos no areal.
Víbora que se torce no fogo, grito: me abençoe!
A Arcanja não quer nem me escutar.
Rolamos pelas urzes, pelos precipícios.
Volto a gritar: me abençoe!
A Arcanja sabe me cravar sua íris de ira.
Pede meu escalpo, minhas ninfas,
meu vocabulário, minhas unhas.
--- Me abençoe!
--- Não!
--- Me abençoe!
--- Não!
Sento sob as olaias e, de forma serena,
tento pela última vez --- a Arcanja me abençoa.
Eu e a Arcanja rolamos no areal.
Víbora que se torce no fogo, grito: me abençoe!
A Arcanja não quer nem me escutar.
Rolamos pelas urzes, pelos precipícios.
Volto a gritar: me abençoe!
A Arcanja sabe me cravar sua íris de ira.
Pede meu escalpo, minhas ninfas,
meu vocabulário, minhas unhas.
--- Me abençoe!
--- Não!
--- Me abençoe!
--- Não!
Sento sob as olaias e, de forma serena,
tento pela última vez --- a Arcanja me abençoa.
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