terça-feira, 29 de outubro de 2013

Quino


Onder Onerbay


André Kertész, 1947


André Kertész

Brooklin

1947

Miki Carmi




K. escreve uma carta ao filósofo Hervum: “A Jarra de Heidegger (Das Ding/A Coisa) é uma imagem e imagem não tem enigma. Não custa nada frisar que a Coisa existe em sua exata natureza e persevera – atua – desprendida da figuração, e é provável que tenha dado origem ao deus babilônio Shamash; às cocléias, homares e conclins; à peônia que pende rente à neve; ao bate-bate de atabaque do batuque; ao acaso que impera. A Coisa – o Outro em exclusão interna. Escavar na ilusão este ponto (.) – quantum – em que a ilusão mesma se transcende, se arrasa, confessando que aí está apenas como significante: um exemplo – a palavra ‘Jarra’ –, de ‘A Jarra de Heidegger’, é significante enquanto essência daquilo que não contém nada. Outras jarras significantes: casca de laranja, de lagosta, de cebola, de crustáceo, de réptil, de sequóia, de tartaruga, de caracol, de ovo, de pão. A jarra de Heidegger – casca de vidro – é um objeto que circunda o Vazio e tenta aclarar a existência deste Vazio no centro do real. Quanto mais o objeto – a Jarra – é presentificado, mais ele nos abre esta dimensão na qual a ilusão se destroça e aspira a outra Coisa – menos a letra do que o espírito do escritor”. A Coisa é babel, bárbara, balbuciante. A Coisa existe mesmo quando não há. As palavras sopraram antes da Coisa e cada sopro delas é um ramo de sutis idílios. A palavra neve: sônica, nívea.

Em busca do tempo perdido


Pascal Sebah

Palais de Dolma Bahchè (Bosporus Palais Dolma Bagdsche)


1887

Em busca do tempo perdido


Abdullah Frères

Constantinople. Mosquée d'Ortakeuï


1870

Miran


Fritz henle, 1975




Ler alguns poemas
de Fernando José Karl
publicados na Germina Literatura.
 
http://www.germinaliteratura.com.br/fernando_jose_karl.htm

Em busca do tempo perdido


Clarence H. White

Edge of the Woods - Evening


1900

Henri Cartier-Bresson (1908-2004)




você é dente de sabre
eu não
eu sou abre-te sésamo
o meu pecado mora ao lado
o meu pecado é passar a língua
ali onde plantas e peixes sabem mais que santos
passar a língua na tua pequena chuva