
sábado, 29 de março de 2008
Ver Theo Anghelopoulos:
um homem velho anda na água.
http://br.youtube.com/watch?v=8hMOfrtpPF4&feature=related
um homem velho anda na água.
http://br.youtube.com/watch?v=8hMOfrtpPF4&feature=related
Ver Abbas Kiarostami:
a arte de fritar um ovo.
http://br.youtube.com/watch?v=LHi3TqI-D0w&feature=related
a arte de fritar um ovo.
http://br.youtube.com/watch?v=LHi3TqI-D0w&feature=related
A CÂMARA SECRETA
A câmara secreta alude ao oco do cristal,
onde respira o pavão na escada:
a sombra risca um rio na sua cauda.
Castelos e imperadores não cabem
no centro imóvel da oca câmara.
Apenas uma voz pura penetra a parede fina
do cristal e retorna rajada de paraíso.
Algumas palavras têm permissão
de sondar os augúrios da câmara secreta.
E que augúrios seriam ali no oco?
Fontes que se entrelaçam para que
--- o ar --- não cesse em nossos pulmões.
A câmara secreta alude ao oco do cristal,
onde respira o pavão na escada:
a sombra risca um rio na sua cauda.
Castelos e imperadores não cabem
no centro imóvel da oca câmara.
Apenas uma voz pura penetra a parede fina
do cristal e retorna rajada de paraíso.
Algumas palavras têm permissão
de sondar os augúrios da câmara secreta.
E que augúrios seriam ali no oco?
Fontes que se entrelaçam para que
--- o ar --- não cesse em nossos pulmões.
OLHO DO FURACÃO
Estou no olho do furacão,
bem no centro da tempestade,
na boca do tubarão,
no fundo do poço,
com sede e com frio,
sem oásis, sem mulher nua,
sem moeda de ouro, sem cavalo branco,
sem brisa no Saara,
estou só eu no espelho,
toco o espelho não toco em nada,
já estou sem ossos,
cara a cara com Deus,
que estava fora do olho do furacão,
observando-o com serenidade.
Estou no olho do furacão,
bem no centro da tempestade,
na boca do tubarão,
no fundo do poço,
com sede e com frio,
sem oásis, sem mulher nua,
sem moeda de ouro, sem cavalo branco,
sem brisa no Saara,
estou só eu no espelho,
toco o espelho não toco em nada,
já estou sem ossos,
cara a cara com Deus,
que estava fora do olho do furacão,
observando-o com serenidade.
O JARDIM DA SACERDOTISA
No teu corpo tu me pertences,
sete anos de brisa no cativeiro.
Foste da mesma matéria do ópio
que sorvi no cais à espera da barca.
Acerco-me de ti, música de loucos,
para queimar o pulmão nos astros.
O silêncio --- escuto-o de olhos fechados ---
conduz aos espinhos e ungüentos.
Na verdade, o pomar de abios
só existe nos sonhos do pássaro,
que aguça o tímpano e recorda
que no teu corpo a voz sem voz
habita no Jardim da Sacerdotisa,
que à noite venta, de manhã é luz.
No teu corpo tu me pertences,
sete anos de brisa no cativeiro.
Foste da mesma matéria do ópio
que sorvi no cais à espera da barca.
Acerco-me de ti, música de loucos,
para queimar o pulmão nos astros.
O silêncio --- escuto-o de olhos fechados ---
conduz aos espinhos e ungüentos.
Na verdade, o pomar de abios
só existe nos sonhos do pássaro,
que aguça o tímpano e recorda
que no teu corpo a voz sem voz
habita no Jardim da Sacerdotisa,
que à noite venta, de manhã é luz.
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