sexta-feira, 27 de março de 2009


Buster Keaton.

No túmulo acima

Buster Keaton

está morto!

Casa ao vento

Ver a casa no vendaval

de Buster Keaton (1895-1966)

http://www.youtube.com/watch?v=ZamoLAhakUg&feature=related

Aqui Buster Keaton não está morto!


Anne Arden McDonald, sem data

eu quero ser erva-raio

no coração do pó

ao pó não voltarei

ao vento voltarei

vento que ondula

a cortina

do

quarto

de dormir

Henri Cartier-Bresson (1908-2004)

você é dente de sabre
eu não, eu sou abre-te sésamo
o meu pecado mora ao lado
o meu pecado é passar a língua
ali onde plantas e peixes
sabem mais que santos
ali chupo pequena uva mas parece
uma
chuva

este poema é pra ser
um peixe de escamas de prata
estirado na cama vazia
um peixe sou na cama fria
se não vens
nessa noite chuvosa
sou
um
peixe
que
apodrece
com
uma pérola entre os dentes

pedi água para beber
à tua bola de cristal
à tua pele pedi
que respingasse
na pele que lavo
absorto
para sempre absorto
nos mil dias de orvalho
que guardas entre as coxas

Luis Leon Masson, 1860

No dia seguinte estava Juan ansioso por ter ao pé de si a mais bela espanhola do Casino de los Toros. Convidou o vento a ir com ele ao bairro de Carrancal, à noite, para chupar umas ancas, beber tequila, comer flores.

Pegam o tílburi e, no caminho, percebem – Juan e o vento – que árvores passam por eles, desesperadas, sempre desesperadas as árvores.

Agora, se estão bem aqui, diante do Casino de los Toros, é porque não ficaram em casa e já solicitaram ao garçom que os apresente às mulheres.

Juan não aceita a loura, mas aceitou a espanhola, uma verdadeira princesa da Babilônia. Felizmente, lembrou-se da promessa que a si mesmo fizera de ser forte mas terno com as mulheres.

Foi jantar e devorou cada fio de cabelo da espanhola. O vento a tudo espiava, sem pênis, e por isso se enforcou.