
Eu, Clitemnestra, afogo Agamênom na banheira e reafirmo o preceito cáustico:
“Não chame Agamênom de feliz, até que ele esteja morto. E agora – morto –, Agamênom está feliz?”
Claro que, morto, ele não sabe mais da sombra da oliveira ao meio-dia, e nunca mais fala quando quer falar, nem quando querem que fale.
Agamênom discursa às paredes de seu túmulo, coça da perna um verme, pensa, se é que um morto pode pensar, que lá fora ninguém é feliz, mesmo vivo.