
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
O SOL ESCURO
O homem do calabouço passeia sob o sol escuro:
--- Se o sol é a sombra de Buddha,
quem é Buddha, então?
Buddha vaticina:
--- Hoje mesmo os teus olhos iluminarão o sol.
O homem do calabouço argumenta:
--- Altamente concentrado no unilateral,
jamais serei claro.
Buddha diz ao homem do calabouço:
--- Em você é real e claro o que é invisível,
falante de uma fala que é da gramática só uma lasca.
O homem do calabouço passeia sob o sol escuro:
--- Se o sol é a sombra de Buddha,
quem é Buddha, então?
Buddha vaticina:
--- Hoje mesmo os teus olhos iluminarão o sol.
O homem do calabouço argumenta:
--- Altamente concentrado no unilateral,
jamais serei claro.
Buddha diz ao homem do calabouço:
--- Em você é real e claro o que é invisível,
falante de uma fala que é da gramática só uma lasca.
OBSERVANDO NO HORTO A ILUSÃO
O opus imperial do escritor
nunca se encontra no texto caligrafado,
mas antes no concílio diário
com a altura irreal do belo e do selvagem,
onde se pratica com os princípios
materiais do absoluto.
A arte de deformar imagens
busca a liça do aço abrasado:
aço que respira com os claros do sono,
aço do fogo ardente com que aí está,
aço dos grãos azuis com a pedra racional.
O que não existe pode acordar no céu.
A sabedoria a captamos na ilusão
e a arte é silêncio.
O opus imperial do escritor
nunca se encontra no texto caligrafado,
mas antes no concílio diário
com a altura irreal do belo e do selvagem,
onde se pratica com os princípios
materiais do absoluto.
A arte de deformar imagens
busca a liça do aço abrasado:
aço que respira com os claros do sono,
aço do fogo ardente com que aí está,
aço dos grãos azuis com a pedra racional.
O que não existe pode acordar no céu.
A sabedoria a captamos na ilusão
e a arte é silêncio.
O SONHO DE KALICANTHUS
Antiga a sabedoria a do pergaminho,
se permanece em silêncio.
Se quiserem desvelar o pergaminho,
que tenham a paciência de lê-lo.
O inexistente poeta persa Kalicanthus sonhou,
por ter adormecido sob nuvens,
com deusa nascendo da espuma,
e por não ter ignorado o sonho,
teve a ventura que mereceu:
afogar-se num mar de rosas.
As mudanças imperceptíveis,
sempre as mais profundas.
Daí a satisfação de Kalicanthus
sendo chupado no flanco pela deusa.
Antiga a sabedoria a do pergaminho,
se permanece em silêncio.
Se quiserem desvelar o pergaminho,
que tenham a paciência de lê-lo.
O inexistente poeta persa Kalicanthus sonhou,
por ter adormecido sob nuvens,
com deusa nascendo da espuma,
e por não ter ignorado o sonho,
teve a ventura que mereceu:
afogar-se num mar de rosas.
As mudanças imperceptíveis,
sempre as mais profundas.
Daí a satisfação de Kalicanthus
sendo chupado no flanco pela deusa.
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