terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O PRÍNCIPE RESSUSCITA O GRÃO DE CHUVA

Eu te tratei como príncipe, meu Deus,
mas foste mau com a espécie.

Dizimaste inumeráveis chuvas
que estavam suspensas aos quatro ventos.

Entre os teu longos dedos brancos,
a negra ardósia de nosso túmulo.

Como não te comoveste com tantas
ondas tenras de constelações sumindo?

Se em teu coração celeste houvesse
apenas a sede de alcançar a estrela,

se evaporaria do jardim a morte.
Entre barqueiros acordaríamos leves

--- e príncipe que és, com olhos de céu ---
ressuscitarias cada grão de chuva dizimada.

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