terça-feira, 8 de janeiro de 2008

SONETO DA RENDIÇÃO ARCANJA

Eu e a Arcanja rolamos no areal.
Víbora que se torce no fogo, grito: me abençoe!
A Arcanja não quer nem me escutar.
Rolamos pelas urzes, pelos precipícios.

Volto a gritar: me abençoe!
A Arcanja sabe me cravar sua íris de ira.
Pede meu escalpo, minhas ninfas,
meu vocabulário, minhas unhas.

--- Me abençoe!
--- Não!
--- Me abençoe!

--- Não!
Sento sob as olaias e, de forma serena,
tento pela última vez --- a Arcanja me abençoa.

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