VISITA À CASA DE ÁGUA
Lá encontrei várias de minhas culpas,
umas mais velhas, outras mais moças,
e todas ávidas que eu fosse
ao quarto escuro adormecer
na alma sóbria de um copo d’água,
na alma extinta de Georgia O’Keeffe,
que sempre me pareceu
a mais lânguida culpa moça.
Entre as culpas velhas,
uma bruxa de mil anos que escurece a sombra.
Esqueci pérola enferrujada na crosta da ostra.
Suntuosa monja com torso de neve,
Georgia O’Keeffe sabe que há uma fonte
além do vento e da morte.
A cisterna que a contém recende
a um acorde de pólen.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário