sexta-feira, 8 de agosto de 2008

ORAGO DAS CHUVAS

Águas do céu nas oliveiras à sombra de oliveiras. Na Casa de Água, exposto às chuvas, o orago transcria para o silêncio a alma de lagartos no vendaval. Passar da palavra tosca à palavra clara é serena operação da brancura, que não deixa no lençol de ervas bordado mais do que essa marca d’água. Esse caldo de águas do céu: um alento para oliveiras à sombra de oliveiras. Na Casa de Água o orago é aragem para as trepadeiras no algibe. Na garganta um recinto aquático para pássaros, na garganta palavras que o vazio sopra.

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