quarta-feira, 5 de março de 2008

ROSAS

Não aos naufrágios, não à morte
que tinge de nada nossos lençóis.
Sim aos sóis, e há tantos
e se aprofundam em nossas águas.

Não fui sonhado para a eternidade.
Disso eu sei e com certa amargura.
Fui sonhado para ser o sonhador
de certa matéria absurda e diamante.

Disso eu nada sei – de estar aqui.
E quase me iludo com esse chumaço
de rosas nas vértebras, rosas nunca criadas

por mim – a mais absurda
das carnes e que arde paraísa chama
e sonha em ser nunca a morte, mas as rosas.

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