quarta-feira, 5 de março de 2008

LEVO CAPINZAIS D’UMA ÍNTIMA SOLEDADE

Chovam capinzais e a Cassiopéia na tua frase!
Chovam antiqüíssimas estrelas no teu gelo!
Esguichos de unicórnio e quintal de cinamomos,
meu amor, minha concha, meu osso de Trakl.

Coroada de branca espuma a brisa, barcas o mar,
caixa-de-música o ar e água pura a fonte,
enquanto zaranza o vendaval e o quarto se acalma,
o crisantempo de Kimiko Yoshida se alucina.

E que te orvalhem no jardim dos camaleões.
Durma até, durma, que eu te ressuscito.
E ao adormeceres comigo, sem que me toques,

possa a minha árvore branca
oxigenar a pura fonte no pedrento,
meu amor, meu labirinto incrustado de cornucópias.

Nenhum comentário: