sexta-feira, 30 de novembro de 2007

SOB A CHUVA EM ABIQUIU

Dá para o quintal de vento e de monturos
a respiração de Deus, mais conhecido
como “o mais frágil de todos”.
Deus, nu, sobe no mamoeiro enlaçado à nuvem.

– Confundiram tudo – diz Deus,
e do rio de seu coração entre neblinas
fogem acordes de violas à beira do abismo,
onde o ar torna-se mais leve com a passagem da música.

Deus iça a pandorga e o fio que a iça
está encordoado de arco-íris sob a chuva.
O vento no quintal é a ressurreição.

Deus, quando vem o vento, ilumina-se
com as partículas cristalinas que o sol espalha
no coração da bolha de sabão – coração de Deus.

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