domingo, 25 de novembro de 2007

Rita Hayworth


Espiando Rita Hayworth no banho
L’hydre-Univers tordant son corps écaillé d’astres.
Victor Hugo
Água morna de chuveiro na pele de Rita Hayworth. Com suavidade descerro as portas do box e a flagro ensaboando as clavículas, o ventre, os pés.
A nudez dela ondula sombras nos azulejos brancos. Vidros embaçados, o barulho da água atrás da cortina de plástico; as coisas essenciais, os reinos da chuva, incrustados fora da razão.
Aqui, ante Rita Hayworth, devo ser um servo, e servo reverente. Ela me chama, aproxima seus lábios dos meus e nos beijamos através do plástico transparente: dura apenas um instante.
Não esqueço nunca que eu tenho pelas banhistas de chuveiro uma predileção especial, ainda mais se essa banhista é Rita Hayworth.

E se, após o banho, ela cobrir o nu com uma toalha, ai dela, eu viro Calígula, o Terrível, ordeno a meus exércitos que arranquem a toalha enrolada em seu corpo.

Que a toalha suma!

E que reste límpida a nudez de Rita Hayworth, assim deitada na cama, em estado de óbvia distração.

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