NÃO FIZ NADA PARA NASCER
E SOU INTIMADO A MORRER
Para
mim a morte explica-se como História Natural, como aquilo que tornou possível o
pensamento. Se temos uma meta, parece-me que só pode ser a morte. Tudo o que se
diz é sempre sobre a morte.
O nosso
nascimento lança-nos numa amnésia, ávidos de mar grosso e de palavras, ávidos
de algumas sombras de amor. Tentamos ressuscitar a xícara e fracassamos, o
fôlego e fracassamos,
tentamos
ressuscitar o que somos nesse instante e fracassamos, porque não se trata de
ressuscitar ou não, trata-se de sumir numa Fuga, de Johann Sebastian
Bach, para não se sabe onde, para onde não se sabe mais.
Um comentário:
Belo texto sobre o tema que mais atormenta os viventes
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