segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O RASTRO

Se ali o céu, acúmulo de ar, ourografia nebulosa,
água corrente o céu – via régia –
linguaviagem em direção ao sabre lúcido,
à prosa da piscina vista do belvedere.
Ouçamos, pois, como soa o céu:
sem anular o sonho, antes o vivifica.
Se o céu parece comum,
é porque não o vimos ainda.
Despojar a palavra da palavra,
confessá-la em música.
O céu passou, mas o rastro do céu,
fixo nesta matéria fina de toda certeza
– a palavra –
permanece ao alcance do sopro
que a língua da tempestade cura.

Nenhum comentário: