segunda-feira, 20 de abril de 2009

MAS O POETA MORA A SÓS NUMA CASA DE ÁGUA

Um sol de gelo paira a Casa de água: o que eu adoro é ninfa imaterial, agreste brancura da flor de mandacaru, dançar na Casa de água de Georgia O’Keeffe ou sonhar o pescoço de Vishnu, depois rabiscar águas com barcas brancas. O sonho humano se abrupta nos escolhos. Georgia O’Keeffe lambe, com língua de vaca,
o sal do gramofone. No seu túmulo, grafado em pedra, inscreve-se:
eu fui uma Casa de água.

Nenhum comentário: