segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Lucana me convida para eu encharcar de viço os duros ossos e, agora, imerso em água de Ofurô, folheio a virgem ode desse líqüido morno, folheio a voragem de sumir que esse líqüido ondula e acaricio a pele de Lucana. Água de Ofurô, de crescer envelheceu, quer derramar-se molhada, beirando não sei o quê: quando chora, é o ressentimento que essa água lava, água de gosto amargo, encontrada na casca da quássia. Costura Lucana uma tempestade no fino pano da sombrinha. Lucana quer verter-se molhada – recolhida à sombra – no jardim suspenso que é um silêncio atirado ao ar de um céu, um silêncio de peixe que desliza no limo da gruta; peixe que cospe leite de ouro no púbis da mulher chuvosa que, deusa-dos-pomares, se transparenta.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, Karl, obrigada pela tua visita ao meu blog. Sou sua fã, de longa data. Um abraço,

Filósofa da pedra.