quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Domine
“Miserere mei, Domine, quonian infirmus sum; sana me
Domine, quoniam conturbata sunt ossa mea”.
(Rei Davi)

Dedico este poema à La Vanu


Cura-me de formas turvas, meu Deus.
Cura-me da miséria tumular.
Cura-me do ríctus da amargura.
Cura-me do conturbado vendaval de Carrascozza.
Cuar-me de não fazer ablução com água de estrela.
Cura-me de crótalos marinhos envenenados.
Cura-me de cadáveres dragados nos pauis.
Cura-me com os Santos Óleos e o azeite dos doentes.
Cura-me de fétidas palavras.
Cura-me.
Cura-me com a força da doçura.
Cura-me com a força da poesia.
Cura-me com a força da música.
Cura-me com a força das mulheres e das crianças.

Que língua, ossos e olhos sejam para sempre.


Um comentário:

La Vanu disse...

Sim sim sim, cura-me com força!!!
Obrigada!
É uma prece linda!