quarta-feira, 23 de julho de 2008

Domine
“Miserere mei, Domine, quonian infirmus sum; sana me
Domine, quoniam conturbata sunt ossa mea”.
(Rei Davi)


Dedico este poema à Mié


Sana me de formas turvas, Domine.
Sana me da miséria tumular.
Sana me do ríctus da amargura.
Sana me do conturbado vendaval de Carrascozza.
Sana me de não fazer ablução com água de estrela.
Sana me de crótalos marinhos envenenados.
Sana me de cadáveres dragados nos pauis.
Sana me com os Santos Óleos e o azeite dos doentes.
Sana me de fétidas palavras.
Sana me.
Sana me com a força da doçura.
Sana me com a força da poesia.
Sana me com a força da música.
Sana me com a força das mulheres e das crianças.

Que língua, ossos e olhos sejam para sempre.

Um comentário:

Mié disse...

fiquei sem palavras...

eu é que lhe ofereço todas as flores do mundo. Saí daqui com a alma leve e cheia. Obrigada.

Obrigada mesmo, pelo poema oração, não tenho palavras.

Um beijo

enorme.íssimo