segunda-feira, 26 de maio de 2008

Aqui – at 6 pm in summer – confidencio: Eu, Baroque Marina, sou um mau escritor e o modo como caligrafo meus escritos reverberam gosma, losna, lesma. Nos meus escritos, se não tenho idéias, as capturo de outros escritores. Eu deles roubo ritmo, sintaxe, alma. Leio muito e toda linha de frase lida anoto num pequeno caderno que chamo de O livro perdido de Baroque Marina. Toda bigorna aquática que me deste e as conchas afiadas; até o recital rascante com sereias adormecidas ao longe, guardei; meu barco de água mineral, quase a medo pelos lanhados arrecifes, e o perfume inteiro da noite carcome meus olhos e quase esgueiro rente a muros colhendo a flor da madrugada. O assasssino espia, na esquina encharcada de peixes do agouro, de entre as ramas finas das guelras, enquanto eu falo com a bigorna aquática e com o violoncelo de um quarteto de Haydn.

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