Lucana grafita a carvão, nos muros gretados que circundam a Casa de Água, a pedra de toque de Valéry: “Devemos ajudar a Hidra a esvaziar seu nevoeiro”. E pensa consigo a silenciosa Lucana: “Lutuosa Hidra que ressona no lodaçal. Hidra imersa no nevoeiro. Sal e pregos vazam de sua alma sem aragem e nem a tempestade dissolve a Hidra. Com óleos bentos ou com o fio de ouro da consciência esvaziar o sono que a coroa e coroá-la de chuvas. Talos de capim, águas da cacimba pode que a destravem dos arcos-de-ferro que a ressecam. A respiração da Hidra embaça o vidro. Os nevoeiros da Hidra: calafrio: crosta: batráquio: se os curarmos com a benção que relaxa, a tempestade aroma-se de ervas finas”. Singramos à praia de Pinheiros-bravos. O céu nunca naufraga: a brisa que nos envolve traz a essa alta árvore em nossos tímpanos uma esparsa de Josely Vianna Baptista:
e nada é imagem
(teu corpo branco em mar de sargaços)
nada é miragem
na tela rútila das pálpebras.
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Um comentário:
Great Blog Fernando!
Greetings from Australia...really congratulations for your blog its Incredible.
Catchya Later!
Sebastian
www.compassofthenorth.blogspot.com
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