sábado, 8 de dezembro de 2007

INFÂNCIA

Diz o menino com voz de concha:
– Estou cansado de todas as palavras.

Lambuzado a melancia,
esfrega as mãos na camisa branca e continua:
– Me adianto, invento os outros. Não quero pensar
ao acariciar.

E para o menino o que sobra depois de tudo?

Um nublado reino,
uma moeda de ouro no fundo do poço,
uns espelhos profundos.

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