
Paul Outerbridge
1924
Os Irmãos Lumière
Dezesseis dos mais importantes cineastas do mundo reverenciam os Irmãos Lumière com filmes de aproximadamente 55 segundos.
Ver Merzak Allouache.
http://www.youtube.com/watch?v=BlTHzXywvDA
Ver David Lynch.
http://www.youtube.com/watch?v=2zZ7X-MoeCM&feature=related
Ver Abbas Kiarostami.
http://www.youtube.com/watch?v=on7LRM6ehPc&feature=related
Ver Cédric Klapisch.
http://www.youtube.com/watch?v=-4U2P9c4TLc&feature=related
Ver Youssef Chahine.
http://www.youtube.com/watch?v=kX_gqLB6dME&feature=related
Ver Gaston Kaboré.
http://br.youtube.com/watch?v=K-VU5Fb6TOM&feature=related
Ver Claude Lelouch.
http://br.youtube.com/watch?v=iQZGtWPWb4U&feature=related
Ver Peter Greenaway.
http://br.youtube.com/watch?v=VJipYEaTiAU&feature=related
Ver Nadine Trintignant.
http://br.youtube.com/watch?v=wdM00OAfbLE&feature=related
Ver Jaco von Dormael.
http://br.youtube.com/watch?v=QZzO4fcn3cw&feature=related
Ver Andrei Konchalovsky.
http://br.youtube.com/watch?v=y-yiUT-UGxI&feature=related
Ver Alain Corneau.
http://br.youtube.com/watch?v=8MOJMviIIgs&feature=related
Ver Jacques Rivetti.
http://br.youtube.com/watch?v=n1eEMkjuAh4&feature=related
Ver Claude Miller.
http://br.youtube.com/watch?v=lt54rMCFg40&feature=related
Ver Raymon Depardon.
http://br.youtube.com/watch?v=GjOzuTix3Fo&feature=related
Ver Wim Wenders.
http://br.youtube.com/watch?v=VsL7lXTvEWw&feature=related
você é dente de sabre
eu não, eu sou abre-te sésamo
o meu pecado mora ao lado
o meu pecado é passar a língua
ali onde plantas e peixes
sabem mais que santos
ali chupo pequena uva mas parece
uma
chuva
este poema é pra ser
um peixe de escamas de prata
estirado na cama vazia
um peixe sou na cama fria
se não vens
nessa noite chuvosa
sou
um
peixe
que
apodrece
com
uma pérola entre os dentes
a intervalos
como se nascido do vento
o velho moinho
remói o vazio
ponho os pés ali
não no vazio
mas no tapete persa do vento
e
se flutuo
no vento persa
do tapete
não morro
antes evaporo
pra chover depois
em secas folhas de árvores
enquanto chovo
Shiva desperta
e repete pra que eu ouça:
toda palavra é um veneno
e o poema
antídoto
É sempre o mesmo fingimento, o igual cadáver adiado, a sempre mente dispersa. Aqui estou, ressuscitado, Eu – Schopenhauer – e, num dos quartos do Paraíso onde respiro, acho um consolo na cannabis que acendi.
A piscina mostra seu abismo azul-claro, – um abismo, um belo abismo: nele mergulho mágoas, vísceras grudentas.
Sem a vertigem eu seria um corvo a crocitar em ramagens. Hilda Hilst, quem diria, mora no quarto contíguo ao meu e me leva a toda parte, dormimos naquele banco do jardim, encharcados d’água desse chafariz fingido; sim, fingido, posto que aqui no Paraíso não há nada, apenas a mente quântica existe aqui e, agora, a tudo inventa, sem nuvens e ressentimentos. Pois este "agora" é o motivo particular e a sina.
Se eu nunca mais morrer, como presumo, sobreviverei no nome desse ventilador que esparze folhas de calêndulas pelas peles cântaras. Sonhas, não? Hilda Hilst faz um gesto negativo:
– Agora, aqui no Paraíso, é que não sonho mais, meu querido. De manhã, é o próprio Deus que me acorda e o Pegasus trepa comigo na cama de chuva, onde trocamos carícias e fumamos a luz invencível.
Para sempre ressuscitado, Eu – Schopenhauer – aprendi que o sol é a sombra do sol e me recuso a molhar os gatos durante a chuva. Tenho outro ar agora: os olhos metidos para dentro vêem pensar o cérebro. Recito um poema para o Deus:
O SOL ESCURO
O homem do calabouço passeia sob o sol escuro:
– Se o sol é a sombra de Buddha,
quem é Buddha, então?
Buddha vaticina:
– Hoje mesmo os teus olhos iluminarão o sol.
O homem do calabouço argumenta:
– Altamente concentrado no unilateral,
jamais serei claro.
Buddha diz ao homem do calabouço:
– Em você é real e claro o que é invisível,
falante de uma fala que é da gramática só uma lasca.