ORIKI
Quando o filósofo Mo tsi apodreceu, pôs-se no túmulo a saborear nuvens caídas na carapaça do rinoceronte: viu mar no alto do eucalipto. Viu frase de garoa na guelra do salmão. No nojo em que se viu imerso, banhou-se todo em fedor e ácaros: quis desfiar o rosário de buirás na chuva, quis sonhar de orvalho o rinoceronte. E, durante o apodrecimento seu, no túmulo sonhou linhagens aquáticas: estava próximo da vegetação dos ventos, estava uma barca na nevasca, sua alma acendeu um oriki.
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