O ESCRITOR
O escritor sabe que finge quando diz
“jardim na clavícula
é um consolo inesperado”.
Também sabe
que não é das coisas de fora que fala,
mas de silêncios internos
aptos ao concílio das formas.
Conclusão: estando assim, de frente,
testemunha enodoada de tão rigorosa realidade,
o escritor descobre que não finge quando diz
“jardim na clavícula
é um consolo inesperado”.
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