Em órbitas excitadas a siriema vive,
sopro e olhos, se consome na trama da neblina.
Bêbeda vem a seta entre árvores e a assassina,
desterrando-a de pedras lisas e galhos,
coroando-a com esta inútil sombra
que é fim e bruta vertigem.
Jaz a siriema, luz esquálida na curva do rio,
com o pequeno pescoço varado pela seta.
A siriema reside agora nesta região
de amor sombrio e ramadas que ondulam,
nesta conjuração de novas esferas,
que não a ressuscitam ou ressuscitam apenas
a palavra siriema, envolta em mínima música
e líquidas possibilidades elementais.
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