LES BAINS DE CARACALLA
Sonhei tanto, sonhei tanto,
que não sou mais daqui.
León-Paul Fargue
Às águas da piscina de Caracalla levo a alma,
– na piscina nadam cinco Danaides –,
levo a sede às cacimbas.
Com pureza entro na barca do pensamento;
agora sei que as Danaides
é que arejam a língua da piscina.
Há dentro de mim uma água que não existe.
Há uma fonte além do vento e da morte:
nela água é humilde.
A cisterna que a contém recende
a um acorde de pólen.
A música é haste de gramínea
entre os cabelos das Danaides.
Esqueci minha língua de piscina
no tímpano de uma delas – a com o leque.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário