ANTÍGONA
Caída no azulejo do banheiro,
a flauta de Antígona, a louca.
De madrugada, Antígona vai ao sotão,
acrescenta um cecedilha
na palavra louca.
No café da manhã, os acordados
observam na pia certo objeto
de matiz esbranquiçado:
é a louca da Antígona,
agora transmutada em louça,
que ela mesma lava.
Depois enxuga as mãos no vento,
prepara fumo no cachimbo,
esquece lábios molhados na flauta vazia.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário