Mestre Eckhart foi um teólogo alemão, injustamente considerado herege pela Igreja Católica.
Embora a Igreja patriarcal de Roma impusesse um controle intelectual rígido, a presença da filosofia espiritualista de Platão e dos neoplatônicos nunca conseguiu ser suprimida durante a Idade Média, principalmente na Alemanha – país que sempre se destacou pela luta das liberdades intelectuais (notadamente Lutero, pela via espiritual) – mesmo quando o interesse recaiu sobre Aristóteles, no século XIII.
Isso explica o fato de dominicanos de Colônia haverem construído um ambiente particular, favorável ao renascimento do neoplatonismo, acentuadamente místico. Foi nesse ambiente que surgiu o Mestre dominicano Eckhart, um dos maiores nomes da Filosofia medieval e também um dos maiores místicos do Ocidente.
Nascido em Hochheim, na Turíngia, em 1260, ingressou no convento dos dominicanos em Erfurt, tendo estudado em Estrasburgo e em Colônia. Tornou-se Mestre em teologia e ensinou em Paris, entre 1302 e 1304. Exerceu vários cargos eclesiásticos na Alemanha até estabelecer-se definitivamente em Colônia em 1320.
Mestre Eckhart escreveu várias obras, sendo a mais conhecida "Pregações e Tratados" (tratando da unidade entre Deus e o homem). Morreu em 1327. Em 27 de março de 1329, o Papa João XXII, na sua Bula "In agro dominico" condenou 28 proposições do Mestre Eckhart, sendo 17 consideradas heréticas e 11 temerárias. Apesar disso, as camadas burguesa e popular acolheram as propostas do Mestre, tendo influenciado inclusive Lutero.
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