terça-feira, 19 de agosto de 2008

A BELLE ÉPOQUE DOS TRANSATLÂNTICOS


Da torre sineira do transatlântico,
com a mente silenciosa, sem sonhar,
o silêncio a tudo contempla, ilumina,
e o vento passou do mesmo modo

para que Homero, que nunca existiu, o escutasse,
escutasse o silêncio que, na torre sineira,
perde luz no vão de cercas,
esfrega serpente na ostra,

na ostra o silêncio da pérola,
na pérola a mente silenciosa, sem sonhar,
guarda em seu relicário

o sossego, o chá, a preguiça,
o chá de alecrim, a preguiça do orvalho,
o sossego da torre sineira no silêncio.

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