quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

TREVAS

Horrida nostrae mentis purga tenebris,
accende lumen sensibus.
(Dissipa as trevas horríveis de nosso espírito
e acende a luz de nossos sentidos).
Anônimo


Sob o linho castiço da chuva,
a treva horrível de nosso espírito
vocifera claros nomes serenos.

Atravesso o deserto
com uma pedra no fundo do poço.

Tanto azul de águas, mas a pedra,
taciturna monja sem sol,
nada espera, é só uma pedra
envolta em antigo silêncio.

Bem no fundo do mar de Abrolhos,
esta pedra, seca por dentro.

Tudo se pode falar:
a transparência contínua,
a praia com bicicletas.

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